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domingo, 19 de maio de 2013

O FUTURO PODE AFETAR O PASSADO !


M51 (Galáxia do Cata-vento ou NGC 5194). Galáxia espiral do tipo Sc, a 37 milhões de anos-luz da Terra, na constelação de Cães de Caça.


                       Invertendo o tempo 


 O que você faz hoje pode afetar o que aconteceu ontem.

Esta é a conclusão de um experimento mental de física quântica descrito em um artigo colocado no servidor de pré-impressão arXiv, da Universidade de Cornell
É algo que soa impossível, e de fato parece violar um dos princípios mais fundamentais da ciência - a causalidade.
Mas os pesquisadores afirmam que as regras do mundo quântico conspiram para preservar a causalidade "escondendo" a influência de escolhas futuras até que essas escolhas sejam realmente feitas.

Para descobrir isso, segundo eles, basta olhar o Universo não como um ambiente 3D normal, mas em 4D, onde as três dimensões espaciais recebem a companhia do tempo, compondo o espaço-tempo.
E, por mais estranho que possa parecer, as influências reversas parecem estar na agenda dos físicos já há algum tempo. Recentemente, eles defenderam que o futuro do Universo pode estar influenciando o presente, embora digam também que a natureza é decididamente imprevisível.

Ação fantasmagórica à distância :

No coração da ideia está o fenômeno quântico da "não-localidade", no qual duas ou mais partículas existem em estados inter-relacionadas, entrelaçados, que permanecem indeterminados até que se faça uma medição em um deles.

Descoberta conexão surpreendente entre fenômenos quânticos
Uma vez que a medição seja feita em uma das partículas, o estado da outra partícula é instantaneamente fixado, não importando o quão longe ela esteja da primeira.

Albert Einstein chamou isto de "ação fantasmagórica à distância" quando, em 1935, ele argumentou que isso significava a teoria quântica deveria estar incompleta.

Experimentos modernos confirmaram que essa ação instantânea é, de fato, real, e hoje ela é explorada pela criptografia e pela computação quântica.

Yakir Aharonov e seus colegas estão agora propondo um experimento que deverá ser feito com um grupo grande de partículas entrelaçadas.

Eles argumentam que, sob certas condições, a escolha feita pelo experimentador quanto à medição dos estados das partículas pode afetar os estados em que as partículas se encontravam no passado.

4D, em vez de 3D :

O fenômeno inusitado, segundo eles, pode ser confirmado fazendo-se previamente uma medição fraca, que não altere esses estados.

O que acontece, segundo eles, é que a medição fraca antecipa a escolha feita pelo experimentador na sua medição para valer - a medição forte, que só será feita mais tarde.
O elemento fundamental do trabalho é ver as correlações entre as partículas no espaço -tempo 4D, e não no espaço 3D.
Esta é uma forma de pensar sobre o entrelaçamento quântico que os físicos chamam de "formalismo vetorial de dois estados".

"Em três dimensões, o fenômeno parece uma influência milagrosa entre duas partículas distantes. No espaço-tempo como um todo, é uma interação contínua que se estende entre eventos passados e futuros," explica Avshalom Elitzur, coautor do estudo.