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quarta-feira, 27 de março de 2013

JARDINS INVISÍVEIS



– Dois homens, seriamente doentes, ocupavam o mesmo quarto em um hospital”.
Um deles ficava sentado em sua cama, por horas. Sua cama ficava próxima da única janela existente no quarto. O outro homem era obrigado a ficar deitado de bruços por todo o tempo.Eles conversavam muito e todas as tardes, o homem perto da janela descrevia ao seu companheiro todas as coisas que ele podia ver atra
vés da janela.

O homem na cama via um mundo maravilhoso ampliado e animado pelas descrições do companheiro. A janela, dizia ele, dava para um parque com um lago. Patos e cisnes passeavam na água, enquanto as crianças navegavam seus pequenos barcos. Jovens namorados andavam de braços dados no meio das flores, havia grandes e velhas árvores cheias de elegância no entorno, o céu que ia mudando de cor com o fim da tarde, etc.

Uma tarde quente, o homem perto da janela descreveu que havia um desfile na rua e embora ele não pudesse escutar a música, ele podia ver e descrever tudo.

Depois de um tempo homem que ficava perto da janela morreu pacificamente durante o seu sono.

Após alguns dias, assim que julgou conveniente, o outro homem pediu à enfermeira que mudasse sua cama para perto da janela.Vagarosa e pacientemente, ele se apoiou em seu cotovelo para conseguir olhar pela primeira vez pela janela. Finalmente, ele poderia ver tudo por si mesmo.

-O que aconteceu com o parque, o lago, as crianças, os cisnes ?
- Ora, a vista por esta janela sempre deu para este tapume, disse a enfermeira.
- Mas meu companheiro de quarto sempre me descreveu um lugar lindo que via pela janela.
A enfermeira emocionada havia entendido tudo, e disse:
-“Aquele homem era cego e não podia ver nada, mesmo que quisesse.”



(Desconheço o autor do texto - mas adorei !  )