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quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

ÁGUAS






De tudo
me ficou este espaço :
abafado, medido, enrodilhado...
Convés escasso
 de mares rasos.

Cansaço em fardos !
Navios passam,
                                     em atormentados nós
desse naufrágio.

(Espero ainda
A vida perdida
dos continentes)

                                     Nau em ruínas
Vou mar adentro...
Cupins sumarentos,
devoram-me em ventos
devastações.

Deságuo em terra,
Lavrada, revolvida,
Sulcada.
Transpassada em seu rosto
 estação semeada.

(Espero ainda
A vida perdida
dos continentes)

                                      ...De tudo
me ficou esse espaço:
terreno baldio em minh’alma,
de tanta chuva lavada
em velas rotas içadas !


                                                                 (suian moreira)