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domingo, 9 de junho de 2013

LÁBIOS ÔCOS




Fôrmas de gelo quebradas,
porcelanas improváveis
se estilhaçaram...
Tudo tragado pelo rio,
na enchurrada densa
do nosso falso estio.

Levadas por estranho vento
as naus partiram, enfumaçadas.
Deixaram atadas
como doce incenso
promessas, palavras, lamentos...

Tão perto dos sussurros
estavam espalhados
 os pássaros em segredo,
que flechas e águias ardentes
selaram ôcos, nossos lábios
em pleno ar, eternamente ! 

(suian moreira)