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sábado, 16 de fevereiro de 2013

ANTES Pablo Neruda


                  
                       Antes de amar-te, amor , nada era meu!
Vacilei pelas ruas e as coisas:
 Nada contava nem tinha nome.
O mundo era do ar que esperava. 
E conheci salões cinzentos
 Túneis habitados pela lua, 
 Hangares cruéis que se despediam, 
 Perguntas que insistiam na areia...
Tudo estava vazio, morto e mudo
 Caído, abandonado e decaído, 
Tudo era inalienavelmente alheio
 Tudo era dos outros e de ninguém,
 Até que tua beleza e simplicidade
encheram de cores o outono... 


(Pablo Neruda)