Páginas

sábado, 27 de outubro de 2012

EMILY DICKINSON poema



Senti um funeral dentro de mim,
    gente enlutada a caminhar, até
    que meus sentidos se partiram...

    E quando todos por fim se sentaram,
    um ofício como um tambor
    ficou a ressoar, a ressoar,
    até parar meu pensamento.

    Eles então ergueram uma caixa,
    rangendo  meu coração ao ar
    com  botinas de chumbo novamente.
    no espaço a ressoar.

    Como se o firmamento fosse um sino,
    e fosse o Ser só um olvido,
    e eu e o silêncio uma raça estrangeira,
    arruinada e só, a vida inteira....

(Emily Dickinson)