"Quando me for deste mundo, partirão duas pessoas.
Sairei, de mão dada, com essa criança que fui.
Tentei não fazer nada na vida que envergonhasse a criança que fui.
Em meio ao agitado caleidoscópio dos dias e das horas atuais, quem ainda encontra tempo para pensar na criança que um dia foi?
Nestes tempos tumultuados que nos foi dado a viver, quem toma o cuidado de não fazer nada que possa envergonhar a criança que um dia foi?
Da criança pequena que um dia fomos, o que foi que sobrou?
Da criança pequena que um dia fomos, o que foi que o mundo não nos roubou?
A criança pequena que era capaz de se encantar com uma poça d'água, e que sabia o valor das coisas que não tem preço.
Viver talvez seja isso, a jornada sem fim rumo à criança que um dia fomos, o resgate do nosso melhor.
O retorno à nossa versão mais pura, mais humana, mais amorosa e solidária.
O retorno à simplicidade é a verdadeira felicidade.
Quem de nós se mostra digno de tão elevado propósito?
Sairei, de mão dada, com essa criança que fui.
Tentei não fazer nada na vida que envergonhasse a criança que fui.
Em meio ao agitado caleidoscópio dos dias e das horas atuais, quem ainda encontra tempo para pensar na criança que um dia foi?
Nestes tempos tumultuados que nos foi dado a viver, quem toma o cuidado de não fazer nada que possa envergonhar a criança que um dia foi?
Da criança pequena que um dia fomos, o que foi que sobrou?
Da criança pequena que um dia fomos, o que foi que o mundo não nos roubou?
A criança pequena que era capaz de se encantar com uma poça d'água, e que sabia o valor das coisas que não tem preço.
Viver talvez seja isso, a jornada sem fim rumo à criança que um dia fomos, o resgate do nosso melhor.
O retorno à nossa versão mais pura, mais humana, mais amorosa e solidária.
O retorno à simplicidade é a verdadeira felicidade.
Quem de nós se mostra digno de tão elevado propósito?
(José Saramago)