Antes de amar-te, amor , nada era meu!
Vacilei pelas ruas e as coisas:
Nada contava nem tinha nome.
O
mundo era do ar que esperava.
E conheci salões cinzentos
Túneis habitados pela
lua,
Hangares cruéis que se despediam,
Perguntas que insistiam na areia...
Tudo
estava vazio, morto e mudo
Caído, abandonado e decaído,
Tudo era
inalienavelmente alheio
Tudo era dos outros e de ninguém,
Até que tua beleza e simplicidade
encheram de cores o outono...
(Pablo Neruda)