Nunca vi tanta gente falando, proclamando e cuspindo Ecologia e Meio Ambiente como agora. É claro que o tema é no mínimo necessário (senão vital) no pandemônio instalado
em nosso século - onde o consumismo alucinado, a industrialização e urbanismo caótico são os pilares do desenvolvimento.
Mas o que tenho observado, na prática, é uma galera bancando a moderninha , panfletando sustentabilidade e levando o cachorro prá cagar no quintal do vizinho.
É amados, o nome disso como vocês bem sabem, é discurso vazio. E não falo só dos sem-noção, mas de empresas , esferas públicas e sociedade em geral.
É amados, o nome disso como vocês bem sabem, é discurso vazio. E não falo só dos sem-noção, mas de empresas , esferas públicas e sociedade em geral.
Como hoje é sexta-feira, dia internacional da esbórnia , não devo me alongar muito. Só vou riscar o fósforo, e que o próximo lance a pólvora - e se puder, uma dinamitezinha por favor.
RECICLE, RECICLE, RECICLE...É um tal de mandar recliclar o lixo, os utensílios, as garrafas, os recursos... e a gente obedece feliz. Ôba tô fazendo a diferença para não entulhar o Planeta ! Meu netinho não vai ser consumido pelas erupções solares! Camada de ozônio - vem cá minha linda....Mas cadê a porra da contrapartida que não funciona nem meio porcento em relação à gritaria ?
Vejamos :
O lixo eu amarro direitinho, tudo separado - e cadê uma coleta séria, dia certo como a morte ? Ah...aí o caldo engrossa... Confira as estatísticas, e verá que as Prefeituras não dão conta nem do lixo zoneado, quanto mais dos bonitinhos !!!
Aparelhos domésticos são descartados feito bosta : microondas, celulares, TVs de bunda grande, carros, mobília - descarga abaixo, ninguém quer saber de consertar nada, nem quer ficar à margem das maravilhas tecnológicas .No capitalismo selvagem não há incentivo nem solução para isso. A Lei Divina da Economia Moderna é compre, consuma, troque por um modelo fabuloso, pague um e leve dois.
Máquinas cuspindo mais máquinas, montagens. inssumos e durabilidade , tudo à jato, descartável. Sua satisfação garantida até o próximo ano e seu dinheiro de volta (pro bolso deles).E o ciclo alucinado recomeça.
Encontrei ontem, meu ex professor de yoga, sessentão na ativa, ambientalista, ativista cultural, pregador da simple life, não fuma, não bebe, num nada.Quase um Buda prá mim, O cara vinha levitando porque tinha acabado de comprar uma TV Led 54 polegadas. "Preciso assistir aulas de atualização " , explicou.
Pensei comigo : aula porra nenhuma, esse gaiato vai é ver "Bonanza" no TCM, sei que ele gosta. E tem todo direito, é lógico, eu também não vivo sem meus menus.
No encontro do Partido Verde deste ano, quase fui expulsa por causa de um ataque de riso na hora errada. Explico : duas palestrantes de fama considerável, sentaram-se à mesa do jardim comigo para uns drinks. Eu quieta e elas disputando quem falava mais bonito sobre as decisões verdes. A certa altura comecei uma crise de riso interna, que não pude reprimir e tornou-se uma convulsão de gargalhadas, onde quase me mijei.Uma atropelava a outra:
-- Para mim, o meio ambiente é sagrado ! - bradava uma
-- Eu tenho os rios e as matas correndo nas veias.Você sabia que meu avô era índio ? -retrucava a outra.
E enquanto isso, fumavam e bebiam feito loucas, o fumacê subia num cogumelo igualzinho as fotos da Bomba Atômica, e condensavam a árvore acima de nós, numa atmosfera de filme de terror.
Tentei disfarçar o impulso, quis me levantar mas já era tarde : ondas gigantescas de riso esparramado me sufocaram.Explodi já me despedindo, elas me olharam como se eu fosse um E.T.
Daí eu ria mais ainda, tentava conter o acesso, pedia desculpas meio sem fôlego e continuava a rir. As sustentáveis queriam explicações , e quase forçada, apontei para a árvore que mais parecia uma chaminé.Tudo no bom humor ...
Mas não teve jeito : fui educadamente despachada porta afora.
Daí eu ria mais ainda, tentava conter o acesso, pedia desculpas meio sem fôlego e continuava a rir. As sustentáveis queriam explicações , e quase forçada, apontei para a árvore que mais parecia uma chaminé.Tudo no bom humor ...
Mas não teve jeito : fui educadamente despachada porta afora.
E rindo !