Não me agradam as pátrias.
Nada me dizem as fronteiras,
talvez por serem bordadas em sangue
no corpo da minha bandeira.
Se tenho alguma sina,
que seja, então, brasileira,
mas antes do verde e amarelo
quero a aquarela inteira.
No fundo pintaria o negro
desta noite derradeira
Um negro que saiu da África
que já foi a terra da minha companheira.
Do olho de minha amada
roubaria uma centelha
incendiando a manhã com o vermelho
do sangue da humanidade inteira...